31 maio 2012

Patrimônio Da Humanidade: Minarete E Ruínas Arqueológicas De Djam

Por Jonathan Pereira


MINARETE E RUÍNAS ARQUEOLÓGICAS DE DJAM
(Afeganistão, Ásia || Cultural (Perigo) || 2002)

LOCALIZAÇÃO: distrito de Shahrak, província de Ghor, Afeganistão, Ásia
INCLUSÃO: 29.06.2002
TIPO DE PATRIMÔNIO: Cultural
INCLUÍDO COMO PATRIMÔNIO EM PERIGO: 29.06.2002
CRITÉRIO: II, III e IV.
ÁREA RESTRITA: 0.7 km²
ÁREA TOTAL: 6 km²


II
Mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitetura ou tecnologia, das artes monumentais, do planejamento urbano ou do desenho de paisagem;

III
Mostrar um testemunho único, ou ao menos excepcional, de uma tradição cultural ou de uma civilização que está viva ou que tenha desaparecido;

IV
Ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitetônico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana.




DESCRIÇÃO
A 1.900 metros acima do nível do mar e longe de qualquer cidade, o minarete foi construído dentro de um vale acidentado no coração da província de Ghur. É uma estrutura alta, que remonta ao século 12, acredita ter sido construído para comemorar uma grande vitória dos sultões da dinastia Ghurid. Acredita-se que a região de Jam foi a residência de verão dos imperadores Ghurid e provavelmente marca o local da antiga cidade de Firuzkuh, a capital da dinastia Ghurid. O minarete é um dos poucos monumentos bem preservados que representam a criatividade artística e excepcional domínio da engenharia estrutural do tempo. Foi construído na margem sul do rio Hari, na intersecção de dois vales. Com 65 metros de altura, sobre uma base octogonal de 9 metros de diâmetro, seus quatro eixos cilíndricos afilados são construídos de tijolo queimado colados com argamassa de cal. O exterior do minarete é completamente coberto com decoração geométrica em relevo colocada sobre os tijolos. O primeiro cilindro é o mais decorado: ele é dividido em oito segmentos verticais, combinando os da base. Cada zona vertical tem uma estreita faixa de inscrições em uma linha contínua ao redor de cada painel. Há um grupo de pedras com inscrições hebraicas na colina Kushkak entre o minarete e a aldeia de Jam, que acredita ser do século 11 ou 12, provavelmente veio de um cemitério judeu. As ruínas de castelos e torres do assentamento Ghurid encontram-se na margem oposta do rio Hari, norte do minarete e no alto do penhasco. Há também os restos de fortificações visíveis a leste do minarete, dando a impressão de que o minarete foi cercado não por um acordo, mas por um acampamento militar. Desde de a construção do minarete não houveram grandes construções ou trabalho de restauração, exceto a consolidação em torno de sua base. Também foram encontrados no entorno restos arqueológicos que foram pesquisados e registrados como do século 20, mas sem qualquer tentativa de restauração ou reconstrução, sendo a escavação clandestina e descontrolada.


PROTEÇÃO
Para evitar a retirada do patrimônio da lista da UNESCO, e principalmente, manter a conservação do bem cultural, os responsáveis afegão devem: aumentar a capacidade do pessoal no Ministério da Cultura e Informação afegão, que são responsáveis ​​pela preservação da propriedade; a identificação precisa dos bens do Patrimônio Mundial; delimitação clara da área ampliada; conservação do Minarete; garantia de segurança do sítio, e; sistema de gestão abrangente, incluindo o desenvolvimento e implementação de uma política de conservação a longo prazo. Propostas para a proteção do Minarete e seus arredores estão sob discussão científica, incluindo os controles da erosão das margens adjacentes ao Minarete e qualquer movimento adicional no nível de inclinação do monumento. Abaixo, mais imagens do patrimônio:






FONTE: UNESCO, wikipedia.

Para entender sobre os 'Patrimônios da Humanidade' acesse a postagem explicativa.

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29 maio 2012

Olhares Mágicos #37: Arquitetura

Por Jonathan Pereira

A seção 'Olhares Mágicos' traz a cada semana 5 imagens temáticas para sua apreciação, sendo estas continentes de significados para nós dois, mas que podem também mexer com as percepções, ideias, vontades, gostos, etc. dos visitantes deste espaço. Quando a criação humana se une ao olhar especial de ângulos que só Homem consegue imaginar, temos imagens fantásticas, e essa seleção traz os olhares mágicos sobre a arquitetura.







Se desejar ver mais imagens mágicas acesse nosso Tumblr. Até a próxima seleção Olhares Mágicos!

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24 maio 2012

Matizes E Texturas: A Crucificação (Bernardo Daddi )

Por Jonathan Pereira


Bernardo Daddi (1290-1350), Gótico
A Crucificação (1335), têmpera sobre painel
36 x 23,5 cm, The National Gallery Of Art, Washington



PINTURA: A Crucificação (Crucifixion)
PINTOR: Bernardo Daddi
PERÍODO: Gótico
ESCOLA: Escola Florentina
TÉCNICA: Têmpera
SUPORTE: Painel
DIMENSÕES (LxA): 36 x 23,5 cm
CONCEPÇÃO: 1335
LOCAL DE EXPOSIÇÃO: The National Gallery Of Art, Washington, EUA





PINTURA
A crucifixão de Jesus (ou crucificação) é um evento registrado nos quatro evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) que ocorreu após a prisão e julgamento de Cristo e inclui sua flagelação, crucifixão em um instrumento de tortura e sepultamento. Na teologia cristã, a morte de Jesus pela crucificação é um acontecimento central do qual muitos ensinamentos dependem, representando um aspecto crítico da doutrina da salvação, retratando o sofrimento e a morte do Messias como necessária para o perdão dos pecados. Quando da crucificação, ainda segundo a Bíblia, Jesus Cristo teria sido ferido em cinco pontos, nas duas mãos e nos dois pés, pela ação dos cravos, e no peito, quando um soldado o trespassou com uma lança.



PINTOR
Estilo florentino, trabalhou na oficina de Giotto, juntamente com todos aqueles que são os intérpretes do estilo do mestre. A crítica sempre foi, provavelmente com razão, extremamente grave, no entanto, Daddi era muito apreciado e foi capaz de obter comissões importantes de ambas as instituições da burguesia, tornando-se um dos pintores mais famosos e ricos de Florença. Era considerado médico e boticário desde 1319 e tem o seu primeiro trabalho em alguns trípticos de santos. Neste momento deve voltar ao seu discurso, um dos poucos afrescos na Basílica de Santa Croce, onde decorou a Capela de Santos e Stephen Lawrence. Comparado com as características estilísticas de Giotto, Daddi tem uma abordagem mais refinada e provavelmente o mais aristocrático da arte de Siena. Usando cores mais complexas e agradáveis, as características evoluem entre aqueles que serão as características dominantes plenamente identificáveis ​​em suas obras posteriores.



ESCOLA
A chamada escola florentina compreende um grupo de pintores italianos influenciados pelo estilo naturalista desenvolvido da cidade de Florença, na época da arte italiana chamado Trecento. Esses artistas foram amplamente influenciados por Giotto, que, diferente de Duccio e outros artistas da escola sienesa, fundiu elementos da arte bizantina com a arte paleocristã e com a arte romana, distanciando-se assim da chamada maniera greca, que dominava a Itália naquele tempo. A arte mais antiga da Toscana, produzida no século XII, em Pisa e Lucca, formou a base para o desenvolvimento posterior. Nicola Pisano mostrou seu gosto pelas formas clássicas assim como seu filho, Giovanni Pisano, que levou as novas idéias da escultura gótica para o vernáculo toscano, criando figuras de impressionante naturalismo. Essa arte eccou no trabalho de pintores de Pisa nos séculos XII e XIII, principalmente Giunta Pisano, que por sua vez influenciou Cimabue, e através dele, Giotto. A representação pictórica mais antiga de Florença são os mosaicos do interior da cúpula do Battistero di San Giovanni, que foram executados em 1225. Acredita-se que Coppo di Marcovaldo tenha criado a figura central de Cristo, cheia de volume, diferente dos antigos mosaicos bizantinos. Obras similares foram encomendadas para a Basílica de Santa Maria Novella, a Igreja da Santa Trindade e a Igreja de Ognissanti no final do século XIII e começo do século XIV. Duccio e Cimabue criaram também painéis que se afastavam da tradição bizantina. Giotto e Bernardo Daddi podem ter se inspirado nas figuras murais de Roma para a criação de obras que enfatizavam o uso da luz. No final do século XV a Escola Florentina começou a desaparecer, dando lugar ao Renascimento. Um dos últimos artistas da Escola foi Andrea di Cione.



PERÍODO
A pintura gótica, uma das expressões da arte gótica, apareceu apenas em 1200 ou quase 50 anos depois do início da arquitectura e escultura góticas. A transição do românico para gótico é bastante imprecisa e não uma quebra definida, mas pode-se perceber o início de um estilo mais sombrio e emotivo que o do período anterior. Esta transição ocorre primeiro em Inglaterra e França cerca de 1200, na Alemanha cerca de 1220 e na Itália cerca de 1300. A característica mais evidente da arte gótica é um naturalismo cada vez maior. Essa qualidade, que surge pela primeira vez na obra dos artistas italianos de fins do século XIII, marcou o estilo dominante na pintura européia até o término do século XV. O período gótico estendeu-se por mais de duzentos anos, surgindo na Itália e disseminando-se para o resto da Europa. Os italianos foram os primeiros a utilizar o termo gótico, indicando pejorativamente a arte que se produziu na Renascença tardia, mas que ainda seguia um estilo medieval. Era uma referência ao passado bárbaro, em especial aos godos. A palavra perdeu o tom depreciativo e passou a designar o período artístico entre o românico e o Renascimento. A arte gótica pertence sobretudo aos últimos três séculos da Idade Média. A pintura durante o período gótico era praticada em quatro principais ofícios: afrescos, painéis, iluminura de manuscritos e vitrais. No começo do período gótico, a arte era produzida principalmente com fins religiosos. Muitas pinturas eram recursos didáticos que faziam o cristianismo visível para uma população analfabeta; outras eram expostas como ícones, para intensificar a contemplação e a prece. Os primeiros mestres do gótico preservaram a memória da tradição bizantina, mas também criaram figuras persuasivas, com perspectiva e com um maravilhoso apuro no traço.



TÉCNICA
A têmpera é um método de pintura no qual os pigmentos de terra são misturados a um “colante”, uma emulsão de água e gemas de ovo ou ovos inteiros (às vezes cola ou leite). A têmpera foi largamente utilizada na arte italiana nos séculos XIV e XV, ambos em afrescos ou painéis de madeira preparados com gesso, que foram, posteriormente substituídos pela pintura a óleo. As cores de têmpera são brilhantes e translúcidas. Por ter um tempo de secagem muito rápido, a graduação de tons se torna dificultada. Daí, a técnica utilizada para tal fim, é o acréscimo de pontos ou linhas mais claras ou mais escuras na pintura já seca. Pode-se também trabalhar com o verniz sobre a tinta, realçando o brilho e a cor. Diz-se têmpera forte aquela na qual o pigmento é menos diluído.

FONTE: wikipedia.


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21 maio 2012

1001 Filmes: All That Jazz - O Show Deve Continuar (All That Jazz)

DIREÇÃO: Bob Fosse;
ANO: 1979;
GÊNEROS: Drama e Musical;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: inglês;
ROTEIRO: Robert Alan Aurthur e Bob Fosse;
BASEADO EM: vida e ideia de Bob Fosse;
PRINCIPAIS ATORES: Roy Scheider (Joe Gideon); Jessica Lange (Angelique); Leland Palmer (Audrey Paris); Ann Reinking (Kate Jagger); Cliff Gorman (Davis Newman); Ben Vereen (O'Connor Flood); Erzsebet Foldi (Michelle); Michael Tolan (Dr. Ballinger); Max Wright (Joshua Penn); William LeMassena (Jonesy Hecht); Irene Kane (Leslie Perry) por Chris Chase; Deborah Geffner (Victoria); Kathryn Doby (Kathryn); Anthony Holland (Paul Dann); Robert Hitt (Ted Christopher).




SINOPSE: "Joe Gideon (Roy Scheider é um diretor de cinema e coreógrafo mulherengo, que trabalha simultaneamente na edição de seu filme e nos ensaios de um musical. Nisto ele sofre um enfarte e, com a vida por um fio, revê momentos da sua vida, transformando-os em sua imaginação em números musicais. Sua atenção é disputada por 4 mulheres: sua namorada, a ex-esposa, a filha e a Morte, representada por uma bela loira vestida de branco, que conversa com ele de forma bem instigante." (Adoro Cinema)


"Retratar os últimos instantes de vida de um personagem na grande tela é comum, mas retratá-lo através de um musical, não. Apesar do momento do personagem ser uma recapitulação de sua vida ao longo dos quase 120 minutos de filme, o enredo não é triste, melancólico e sombrio, nem em seus instantes finais. Em cada momento especial uma canção é tocada e uma peça teatral é encenada, e essas são as mais diversas, a ponto de em uma cena ter a aparição de copos semi-nus, dançando de forma sexy, envolvente e quente, quase podendo ser uma cena de sexo explícito, interpretando um dos vício do 'auto-personagem'. E nos outros 15 minutos, na cena seguinte, uma interpretação carinhosa, afetuosa, paternal, familiar e amorosa de sua filha e de sua esposa dançando para o próprio 'auto-personagem' na sala de sua casa. Ambas as cenas, espetacularmente fantásticas, assim como as outras peças teatrais do filme. A atuação Roy Scheider é hors concours, uma das melhores interpretações desses mais de 65 filmes dessa jornada. O resultado não poderia ser diferente, um filme alegre, leve, profundo, gostoso, que te causa uma adrenalina pelas interpretações e história ali pinçadas, de uma vida cheia, rica em momentos positivos e negativos, todos ali, misturados e retratados com uma maestria surpreendente."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Um grande diretor este Bob Fosse, mas não só diretor, também bailarino, coreógrafo e artista de grande impacto nos ambientes pelos quais passou, seja o palco ou o cinematógrafo. E mais um diretor que usou da sétima arte para falar de sua vida, sublimar aspectos de sua existência ou somente exercitar o narcisismo mostrando ao mundo um pouco de si. E talvez nada disso, mas sim uma pessoa que teve o insight de que sua história daria uma ótima obra de arte e quis mostrar isso ao mundo de forma romanceada e atuada. Assim, escolheu um ótimo ator para interpretá-lo (Roy Scheider) e juntou este a um excelente elenco, treinou as coreografias e escreveu um roteiro interessante para que tudo ficasse perfeito, e ficou. Hipocondríaco, galanteador, mulherengo, alcoolista, apaixonado pela dança e por emoções fortes o personagem principal relembra, do leito de morte, pontos e pessoas de sua vida, fazendo de tudo isso uma peça musical, não deixando de lado a consciência de que está doente e seu coração corre perigo, ele está infartado. Ann Reinking, grande coreógrafa, contracena com o protagonista, mostrando uma personagem com todas as suas imperfeições e medos diante da carreira. Neste ponto há uma cena logo no início do filme na qual ela fala de seus sonhos e ambições e o questiona se ela tem talento, em uma cena tão bem feita que já é para mim um dos melhores momentos do cinema até hoje. Aliás, todas as cenas do filme são altamente significativas, mostrando muito mais do que apenas o que se vê, com focos de câmera muito inteligentes e sons que tocam a alma. Outra atriz de quem não posso deixar de falar é de Jessica Lange, o anjo da morte que conversa com o nosso querido diretor enquanto este agoniza e pensa em sua vida. Jessica Lange tem uma trajetória incrível, passando pelo papel principal de 'King Kong (John Guillermin, 1976)', e não obtendo boas críticas, somente ressurgindo 3 anos depois, com este filme e depois participando de diversas obras com glória. Hoje, na maturidade, ela recebe toda glória que merece em uma série de TV (American Horror Story), mostrando todo seu talento e colhendo prêmios por todo lugar em que passa. Até a psiquiatra Elisabeth Kübler-Ross surge neste filme através de suas 5 etapas para elaboração de uma perda, tudo de modo bastante criativo. Bob Fosse, como ele mesmo profetizou, morre alguns anos depois deste filme, de um ataque cardíaco, mas tem seu sonho de levar Chicago aos cinemas, realizado em 2002 por Rob Marshall, que a ele fez homenagem (para ler a crítica que fizemos deste filme, clique aqui). Enfim... um filme cheio de vida: apesar de todas as perdas que vivemos diariamente, e da própria finitude que se aproxima a cada dia... como ele mesmo ensina, o show deve continuar!"

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os '1001 Filmes', acesse a página explicativa.

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18 maio 2012

Sétima Arte Brasil: Uma Noite Em 67 (Renato Terra e Ricardo Calil, 2010)

ANO: 2010;
GÊNEROS: Documentário;
ROTEIRO: Renato Terra e Ricardo Calil;
PRINCIPAIS ATORES: Chico Buarque (Ele Mesmo), Gilberto Gil (Ele Mesmo), Caetano Veloso (Ele Mesmo), Edu Lobo (Ele Mesmo), Roberto Carlos (Ele Mesmo), Sérgio Ricardo (Ele Mesmo), Marília Medalha (Ela Mesma), MPB4 (Eles Mesmos), José Carlos Capinan (Ele Mesmo), Nelson Motta (Ele Mesmo), Paulinho Machado De Carvalho (Ele Mesmo), Sérgio Cabral (Ele Mesmo), Solano Ribeiro (Ele Mesmo), Beat Boys (Eles Mesmos), Rita Lee (Ela Mesma), Sérgio Dias (Ele Mesmo), Arnaldo Baptista (Ele Mesmo), Randal Juliano (Ele Mesmo), Cidinha Campos (Ele Mesmo), Chico De Assis (Ele Mesmo), Zuza Homem De Mello (Ele Mesmo) e Reali Jr. (Ele Mesmo).




SINOPSE: "Um filme sobre o Festival que revolucionou a música brasileira. No teatro: aplausos, vaias, um violão quebrado, guitarras estridentes. No palco: os jovens Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Edu Lobo e Sérgio Ricardo. As músicas: “Roda Viva”, “Ponteio”, “Alegria, Alegria”, “Domingo no Parque”. E só um deles sairia vencedor. Isso é Uma Noite em 67, um convite para viver a final do Festival da Record que mudou os rumos da MPB." (Filmow).


"Um belo recorte de um momento negro na história do país, que mesmo não abordando o caos político e social que o país vivia naquele momento, é possível pescar no ar algumas matérias ensinadas nas aulas de história na escola. Ver aquela multidão voraz reprimir e renegar aqueles artistas, o quanto podiam e queriam, já que o momento o forçavam a fazer, é algo bastante presente durante os shows, mesmo que essa angústia fosse colocada para fora em um dos raros momentos de diversão e lazer popular da época, sendo bastante ensinador. Porém, há os aplausos, como forma de aliviar e de se desligar do dia-a-dia que viviam. E esses dois lados das emoções, a negação e a aceitação, vivendo exemplar e respeitosamente no mesmo recinto, indo de encontro à visão utópica de um Brasil heterogêneo diferente do que viviam fora daquele salão, onde as diferenças eram um erro e uma aberração e onde as pessoas não tinham o direito de serem quem bem entendessem ser em sua plenitude. Era algo controverso e questionador de como um povo reprimido, cerceado e menosprezado podia respeitar e ser o quem bem entendessem ser. Outro ponto interessante é ver duas vertentes históricas da música brasileira, que ainda eram incipientes ou embrionárias, se encontrando em um palco de forma harmônica e complementar: o rock e o tropicalismo, representados pelos que eram a favor da guitarra elétrica e os contrários ao contágio da cultura americanizada, levantando as bandeiras e indo para as ruas. Como pode? Em um momento onde suas críticas lhe tiravam a liberdade ou sua vida, ir às ruas lutar pelo não da guitarra elétrica, chega a ser cômico, mas era real. Era um momento onde a TV era leve, espontânea, não marcada ou gravada, não tinham padrões globais a serem seguidos, era tudo amador, mas profissional, fazendo eu querer ter vivido aquelas noites de 60 e 70, seria genial."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Os diretores deste documentário fizeram um trabalho excelente, principalmente ao ter ou comprar a ideia de fazer este trabalho que traz para o presente um passado glorioso de nossa história cultural, a dos grandes festivais de Música Popular Brasileira que eram produzidos e exibidos pela TV Record da época (que nada tem a ver com a de hoje). Estamos falando de uma época em que os programas de música eram o equivalente às novelas hoje e de uma época em que havia um público que vaiava e aplaudia com total empenho, sem amarras ou assistentes de palco para comandarem suas manifestações. Uma época em que Roberto Carlos não tinha sua imagem promovida como Rei, mas era um igual perante outros grandes talentos, uma época de simplicidade e maior verdade do que assistimos hoje. Assim, neste tempo de liberdade, apesar do regime ditatorial que predominava na política, no vídeo contemplamos hoje e em 1967 grandes artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, Edu Lobo, Roberto Carlos, Sérgio Ricardo... entre outros. Alguns falam do passado com maior felicidade e outros com grande indiferença, como Chico Buarque, que não mostra grande interesse em lembrar-se deste passado e nem o considera tão importante assim, nem mesmo se lembrando dos interessantes encontros de artistas relembrados por Veloso, sendo que estava bêbado na maior parte do tempo. Foi nesta época que surgiu o Tropicalismo, grande movimento musical e cultural de nossa história e que revelou um novo jeito de ser e de viver música, tendo como precursores Caetano e Gil, um motivando o outro a levar o projeto adiante. Percebemos através deste documentário que se somente um deles acreditasse na proposta da Tropicália, isso não iria adiante. E assim, diante da tela os diretores e atores daquele festival contam suas experiências de palco e de bastidores, embalados pelas apresentações reais do festival, com aquelas lindas canções de uma época em que não somente se tinha voz, mas também se compunha belíssimas letras, até mesmo se utilizando da motivação política para ir contra aquilo que não se acreditava, afirmando para si e para o outro tudo aquilo que realmente era importante se pensar. A música não só como entretenimento, mas também como fator de reflexão e mudança de toda uma nação. Hoje não é mais assim."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender a seção 'Sétima Arte Brasil' visite a postagem explicativa.

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15 maio 2012

Mais Saúde + Você: A Humanização Na Saúde Mental

Por Kleber Godoy

Nesta seção, como já destacamos no post explicativo sobre seus objetivos, o assunto é sério: saúde. Um tema abrangente, que envolve diversas ciências e, principalmente, a vida de cada um de nós. Assim, buscando criar um espaço para pensar o que podemos fazer para contribuir neste quesito, trazemos hoje uma elucidação do que se pode fazer como cidadão para excluir menos e incluir mais. No mês de maio comemoramos a semana da Luta Antimanicomial, que pouca gente conhece e fica ainda bastante restrito aos profissionais de saúde e trabalhadores dos centros de saúde ligados à esta causa. Esta luta é algo que me cativa muito pois já fui ator dentro de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e vi como o trabalho dos mais diversos campos da saúde pode contribuir para a felicidade das pessoas que sofrem com a exclusão social por conta de uma diferença de comportamento da maioria das pessoas. Para falar um pouco sobre este movimento de saúde tão importante e que abrange vários países no mundo, compilo abaixo vários trechos de definições e explicações que levam a um conhecimento maior de você, leitor do blog, deste movimento. Após esta elucidação propomos uma reflexão, ao final desta postagem.



Movimento Antimanicomial e Centro De Atenção Psicossocial

O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco preciso. O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário nacional brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo.

Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Único de Saúde - (SUS); está ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60. Como processo decorrente deste movimento, temos a Reforma Psiquiátrica, definida pela Lei 10216 de 2001 (Lei Paulo Delgado) como diretriz de reformulação do modelo de Atenção à Saúde Mental, transferido o foco do tratamento que se concentrava na instituição hospitalar, para uma Rede de Atenção Psicossocial, estruturada em unidades de serviços comunitários e abertos.

Política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios. É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios.

Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público.

Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de saúde. Somente agora no final do século XX é que a militância por serviços humanizados consegui às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS.

Foi em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.

Os Centros de Atenção Psicossocial são instituições brasileiras que visam à substituição dos hospitais psiquiátricos - antigos hospícios ou manicômios - e de seus métodos para cuidar de afecções psiquiátricas.

Os CAPS, instituídos juntamente com os Núcleos de Assistência Psicossocial (NAPS), através da Portaria/SNAS Nº 224 - 29 de Janeiro de 1992, são serviços públicos de saúde mental, destinados a atender indivíduos com transtornos mentais relativamente graves. Esse serviço é uma substituição as internações em hospitais psiquiátricos, e tem como maior objetivo tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento á população, realizando o acompanhamento clínico, e promovendo a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, a fim de fortalecer os laços familiares e comunitários.

Esse serviço oferece três modalidades de tratamento (intensivo, semi-intensivo, e não intensivo), que variam de acordo com a necessidade do indivíduo.

O atendimento intensivo trata-se de atendimento diário oferecido quando a pessoa se encontra com grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário. O semi-intensivo, no qual, o usuário pode ser atendido até doze dias no mês, sendo que essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e a desestruturação psíquica da pessoa diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento. E o não intensivo, que é oferecido quando a pessoa não precisa de suporte da equipe para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser atendido até três dias no mês.

Modelo proposto na Itália, em Trieste, e que está sendo construído e adaptado no Brasil desde 1986. Consiste em um local que oferece cuidados intensivos, semi-intensivos ou não intensivos a pacientes em sofrimento psíquico diagnosticados como neuróticos graves ou psicóticos que podem já ter ou não histórico de internação e/ou tratamento. É função do CAPS:

- Prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos;

- Acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território;

- Promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais;

- Regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação;

- Dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;

- Organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios;

- Articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território;

- Promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.

Estes serviços devem ser substitutivos e não complementares ao hospital psiquiátrico. De fato, o CAPS é o núcleo de uma nova clínica, produtora de autonomia, que convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento.




**********



"Acima abordamos somente uma das modalidades de atendimento neste sentido, da Reforma Psiquiátrica, mas também existem outros, como os CAPSad (voltado ao atendimento de pessoas com problemas de álcool e drogas) e CAPSi (para atendimento de crianças com transtornos mentais), entre outros. Dizer não à exclusão começa no dia a dia e em todos os espaços... aqui falamos somente de um deles. O importante de se pensar aqui é que o Brasil é um dos países do mundo mais avançados na luta contra a exclusão social de pessoas com transtornos mentais e um dos mais bem equipados no que se trata de ampliação deste atendimento. Claro que há muito o que se fazer (sempre haverá), mas estamos bem neste sentido. O trato com a loucura se alinha com a luta contra a exclusão e com a insersão social de pessoas, como eu e você, que só querem ser aceitas no meio comum em que vivem, tão simples e tão importante assim. Quando atuei nesta área o mais fascinante era a facilidade de se ir além das técnicas para poder simplesmente vivermos em comunidade (comum unidade): eu psicólogo, o enfermeiro, a nutricionista, a educadora física, o farmacêutico, o médico, a faxineira, a diretora e o usuário. Todos em pé de igualdade vivendo, aprendendo, sentindo a beleza de ser humano, cada um com seus momentos de loucura e de sanidade. O próprio SUS estabelece que a conversa entre as diversas profissões deve levar a este objetivo: a humanização. Neste sentido vale ressaltar a questão do Ato Médico, o qual falarei aqui mais adiante, movimento de uma parcela dos médicos, que pretende interferir na área da saúde eliminando a igualdade e instaurando uma hierarquia na qual o médico conduz e os demais são os conduzidos, indo na contramão de tudo aquilo que conquistamos na área da saúde mental no país através das décadas. No mais, o que isso tudo tem a ver com a sua vida, que não é profissional de saúde? Bem, tem muito a ver. A prática da não exclusão pode e deve ser praticada em nosso dia-a-dia em todos os espaços, desde a própria casa, passando pela vizinhança, pela escola, pelo local de trabalho e chegando até o CAPS. A ação de cada cidadão tentando ser menos preconceituoso, mais aberto a novas experiências e ao contato sincero com outro ser humano com respeito e sensibilidade é que nos leva a bons encontros e à humanização: chega de tratar o outro como objeto. Por fim, se você se interessou pela causa, os CAPS são abertos à comunidade: procure conhecer um, converse com as pessoas atendidas, doe um pouco de seu tempo para ser voluntário desta causa e receba sorrisos e belas e criativas histórias das pessoas que lá encontrar. Lembrando que a maioria dos atendidos no CAPS não tem famílias que os acolham e chegam até lá com um histórico de muitas perdas, sendo assim sua presença algo bastante importante."

Kleber Godoy*

A loucura, objeto de meus estudos, era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente. (Machado de Assis, em O Alienista)


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* Kleber Godoy é graduado em Psicologia pela Universidade São Francisco e pós-graduando em Acupuntura Tradicional Chinesa pela Faculdade Einstein. Atualmente trabalha com psicoterapia psicanalítica, psicoterapia de grupo e orientação profissional nas cidades de Piracaia e Campinas, em São Paulo. Entre em contato pelo correio eletrônico: kleberxgodoy@gmail.com

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08 maio 2012

Olhares Mágicos #36: Carinho Animal

Por Kleber Godoy

A seção 'Olhares Mágicos' traz a cada semana 5 imagens temáticas para sua apreciação, sendo estas continentes de significados para nós dois, mas que podem também mexer com as percepções, ideias, vontades, gostos, etc. dos visitantes deste espaço. Hoje trazemos imagens que irão agradar muito quem gosta de animais, que são imagens de animais em momento de carinho, aconchego e conforto: Carinho Animal.






Se desejar ver mais imagens mágicas acesse nosso Tumblr. Até a próxima seleção Olhares Mágicos!


Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.

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