22 junho 2012

Trajetória: Michael Jackson (Parte III)

Neste mês completa-se três anos da morte de Michael Jackson e como forma de homenagear esta grande figura, que sempre terá espaço e sempre será relembrado nas seções aqui do blog, trazemos aqui no palco do 'O Teatro Da Vida' a última parte da trajetória do Rei Do Pop, contando um pouco de sua vida e arte a partir do ano de 2000, passando por sua morte em 2009 e comentando as repercussões deste 'evento' que chocou as pessoas em escala mundial, e que elevou a lenda a uma referência no mundo do entretenimento mundial. Para ler a primeira parte desta homenagem clique aqui e para ler a segunda parte clique aqui.


Michael, do começo ao fim de sua vida e carreira foi acompanhado de acontecimentos um tanto quanto estranhos. Assim, em 2002 nasce Prince Michael II (apelidado de Blanket, na tradução livre para o português: cobertor), filho de mãe desconhecida. O bebê ficou famoso logo de cara quando Michael o exibiu da janela de um hotel em Berlim, diante da imprensa. Quem não se lembra deste fato? Parece que ele fez isso para mostrar o filho aos fãs que pediam em frente ao hotel, em um ato inocente, mas impulsivo. Na época choveram críticas sobre seu comportamento e questionamentos de quem seria a mãe do bebê. Seria resultado de uma inseminação artificial como ele disse? Mais um dos mistérios com muitas respostas divergentes na vida de Michael.

Paralelamente à sua vida pessoal, a carreira também não vai bem. Em 2000, Michael tentou retirar a licença das gravações originais do catálogo dele da Sony, pois desejava um lançamento independente de sua obra, sem ter que dividir os lucros com a gravadora, mas o contrato o impediu de fazer isso. O acordo com a gravadora se deu e ele pode, então, deixar a gravadora após a gravação de mais uma coletânea de sucessos e de seu inédito álbum em 2001, chamado Invisible.


Invisible é lançado e considerado um fiasco se comparado aos seus antecessores e, antes de ser lançado, cheio de disputas entre ele e a gravadora, discussões sobre a divulgação do álbum, o lançamento de singles, etc. Este álbum até então é conhecido como o mais caro da história, com um custo de cerca de 30 milhões de dólares somente em produção. Apesar da Sony boicotar seu lançamento após três meses, retirando-o das lojas, ele vendeu mais de 11 milhões de cópias pelo mundo todo. A ideia de lançar um álbum tinha  com 35 cantores famosos como Shakira, Celine Dion, Ricky Martin, Laura Pausini, etc. , mas por conta dos desentendimentos entre Michael e a gravadora e a falta de patrocinadores, o álbum nunca foi lançado.

Neste momento sua carreira e vida pessoal estavam com manchas, o que o faz entrar em decadência financeira e emocional. Assim, isolando-se em Neverland, alvo de mais processos sobre pedofilia, se afasta do público, da imprensa e dos fãs. Acredita-se que ele pensava estar sem muitos fãs após todos os recentes episódios, mas viemos a perceber mais para frente que os seguidores de Michael estavam mais vivos do que nunca, seja quando anunciou sua volta aos palcos, pouco antes de sua morte ou, até mesmo, e ainda mais, pela grande perturbação pública mundial que sua morte causou.


Em 2003 Michael é entrevistado por um jornalista inglês, Martin Bashir, em grande parte utilizada no documentário 'Living With Michael Jackson', exibido pelo canal ITV, mostrando o dia-a-dia de Michael. Foi um encontro esclarecedor para o público. No documentário ele conta o que pensa e o que sente com tudo o que cerca sua carreira, um relato emocionante no qual declara que não há nenhum mal em dormir na mesma cama que uma criança, causando piora da opinião pública. Se foi inocência da parte dele ou se um deslize em seu comportamento criminoso, ficou ao publicou julgar, absolver ou crucificar. Um detalhe piora a situação de Michael: um garoto de 13 anos o acompanha na entrevista. Investigações policiais chegam a Neverland em busca de provas de seu perfil pedófilo, causando em 20 de novembro de 2003 uma prisão na qual Michael é algemado e levado a uma delegacia de Santa Bárbara por uma hora, libertado sob fiança, mas avisado de que será levado ao tribunal. No ano da entrevista, a coletânea Number Ones vendeu 10 milhões de cópias no mundo todo.

Um novo processo, movido por um garoto de 13 anos leva Michael ao tribunal que alega inocência do primeiro ao último dia de julgamento, um show midiático promovido pelas emissoras de TV. Elizabeth Taylor, sua grande amiga, o defendeu em diversos momentos e disse que estava na casa quando Michael recebeu o garoto e que nada de anormal havia acontecido, somente brincadeiras de criança, filmes da Disney e muita diversão inocente. O assunto ficou tão sério que um especialista em saúde mental foi chamado para avaliar Jackson e o garoto. Em seu laudo ele atesta que Michael tem idade mental de 10 anos, não o perfil de um pedófilo. Até maio de 2005, quando o julgamento finalmente termina, Michael se vê magro e com a aparência mais alterada que nunca. Ao fim de todas as várias acusações que recebeu, os jurados o consideraram inocente. Após a decisão, uma multidão de fãs esperavam a saída de Michael do tribunal. Michael se muda de Neverland deixando-o magoado e triste, mas disse ser a melhor forma de viver. A partir de então, longe do rancho e sem mais andar com crianças, entra em reclusão no Golfo Pérsico, no Bahrain.


As coletâneas continuam a ser lançadas e Michael sai de sua reclusão em 2006 para ir a premiações e homenagens, entre elas na MTV japonesa, para receber um prêmio raro, a Legend Award, como o artista masculino internacional que mais vendeu no Japão. O Guinness World Records o listou em 8 categorias, entre elas: primeiro artista a ganhar mais de cem milhões de dólares em um ano; primeiro artista a vender mais de 100 milhões de álbuns fora dos Estados Unidos; artista mais bem sucedido no mundo da música; entre outros. Talvez fosse neste momento o artista mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em mais de oito bilhões de dólares, com centenas de milhões de discos vendidos.

Depois das diversas premiações se mudou para Dublin, na Irlanda, e iniciou a gravação independente de seu décimo terceiro álbum, o qual produzia com o rapper Will.I.Am, líder do Black Eyed Peas, que sairia com o selo da Michael Jackson Company Inc., recém-criada, mas ainda em conjunto com a Sony. Em 2008 a Sony tenta resgatar a imagem de Michael com o lançamento de Thriller 25th, contando com remixes de grandes nomes da atualidade como: Will.I.Am, Akon, Fergie e Kanye West. Foi um sucesso de vendas, estando entre os 10 álbuns mais vendidos em mais de 30 países, premiado e reverenciado por todo mundo. Relembrando: maiores detalhes sobre a discografia de Michael, assim como os DVD´s e clipes lançados por ele em sua carreira, estarão presentes em outras postagens aqui no blog.


Em 2008 foi um ano de sucesso para Michael, com muita vida, prêmios e novas parcerias, novos projetos. Tudo isso culminou no anúncio, em 2009, do lançamento de sua nova turnê mundial This Is It, composta por 50 concertos que se iniciariam em 13 de julho de 2009 na O2 Arena, em Londres. Michael anunciou o projeto a seu público pessoalmente mostrando muita vitalidade e ânimo, desde HIStory World Tour, em 1997, não se via Michael em um projeto tão grande. Assim, 750 mil ingressos foram colocados à venda e se esgotaram em incríveis cinco horas de correria de fãs enlouquecidos para garantir seu lugar perto do Rei Do Pop.

No entanto, em 25 de junho de 2009 a notícia inesperada chegou à imprensa mundial: Michael Jackson morre após uma parada cardíaca sofrida em sua casa, em Los Angeles, nos EUA. Muito mistério cercava esta morte e cogitava-se que era tudo uma invenção: como seria possível? O fato é que era verdade e que a internet e os canais de TV do mundo todo não falavam de outra coisa: o mundo parou junto com o coração de Michael.


O motivo da morte precoce, aos 50 anos de idade, seria uma overdose de medicamentos administrada por seu médico pessoal, o Dr. Conrad Murray, administrador de anestésicos fortíssimos que Michael pedia para que se livrasse das dores terríveis que tinha, assim como para conseguir dormir. Outras versões como a de uma conspiração para sua morte na qual empresários e o próprio médico se beneficiariam financeiramente de seu falecimento, correram por todos os cantos midiáticos. O Dr. Murray foi confirmado como a pessoa que esteve com Michael momentos antes de sua morte, administrando a ele medicamentos, mas que não o socorreu, ficando lacunas a serem preenchidas.

No final de 2011 o Dr. Murray foi condenado a quatro anos de prisão por homicídio involuntário do cantor, pagamento de indenizações á família, assim como de custos do seu funeral. A mãe de Michael disse: 'Quatro anos de prisão não me trazem o meu filho de volta, mas é a lei. O juiz aplicou a pena máxima pelo que estou grata a ele e aos procuradores. Correu tudo bem.' O médico está preso até hoje, tendo seus pedidos de cumprir a pena em liberdade negadas pela justiça.


Após algumas semanas de investigação de seu corpo, um evento privado com a família aconteceu em Forest Lawn Memorial Park´s Hall Of Liberty. Também houve um funeral em forma de show realizado em 7 de julho de 2009, com a exposição do caixão dourado de Michael, no Staples Center, onde 17.500 pessoas conseguiram 'ingressos' para acompanhar o ato público. Pela TV o mundo todo assistiu ao evento de cerca de 3 horas com seu caixão fechado, sendo estimado em 2 bilhões o número de pessoas que acompanharam a despedida pelo mundo afora.

O corpo de Michael ainda ficou disponível para investigações, sendo enterrado somente em 3 de setembro de 2009, mais de 2 meses após sua morte, com cerimônia privada para a família e amigos, com cerca de 150 pessoas presentes. O corpo de Michael foi colocado no túmulo no Terraço Sagrado do Grande Mausoléu, com segurança reforçada, monitorado por câmeras e vigias, e de acesso restrito.


Como não poderia deixar de ser, algumas das polêmicas de sua vida vieram a tona através de depoimentos dos personagens que passaram pela vida de Michael. Neste sentido: Jordan, agora com 30 anos, o garoto que acusou Michael de assediá-lo em 1993, declara que foi uma farsa criada por seu pai para que lucrassem com o acordo realizado, meses depois seu pai cometeu suicídio; Debbie Rowe, mãe dos dois primeiros filhos de Michael, alega ter sido inseminada por doadores anônimos e que as crianças não seriam filhos dele e também confirma ter assinado documentos nos quais abre mão da guarda das crianças, mas que foi assegurada por seu advogado de que poderia voltar atrás em sua decisão a qualquer momento; Michael Jackson teria um quarto filho, Omer Bhatti, que na época da morte tinha 25 anos e assistiu a cerimônia fúnebre do astro, apesar de não ser oficialmente reconhecido pela família.


Os ensaios de sua turnê contam com mais de 100 horas de vídeo em alta definição e já rendeu um filme/documentário com o nome do projeto que ele mesmo havia anunciado, 'Michael Jackson This Is It (Kenny Ortega, 2009)'. A produção do DVD custou cerca de 60 milhões de dólares e teve bilheteria nos cinemas de 260 milhões no mundo todo. Em 2010 é lançado o álbum Michael, contendo algumas inédias; em 2011 é a vez de Immortal, com remixes gravados originalmente por Michael e pelo grupo The Jackson 5, sendo a trilha da turnê mundial 'The Immortal World Tour' do Cirque de Soleil em homenagem a Michael. Um jogo musical intitulado 'Michael Jackson: The Experience' foi lançado para algumas plataformas em 2010 batendo recorde de vendas com mais de 1,2 milhão de cópias vendidas em um único dia.

No testamento de Michael, ele deseja que: os filhos fiquem com sua mãe, Katherine, sendo que se ela em algum momento não puder assumir, que a guarda seja passada para sua amiga Diana Ross; sua fortuna, que até então deve ficar por volta de 500 milhões de dólares, fica em um fundo familiar, com a mãe como guardiã até que os filhos cheguem à idade adulta, sendo que parte da herança ficou para instituições de caridade, e o pai Joe Jackson, não foi citado no documento.


Vale constar que Michael é o detentor dos direitos da Famous Music LLC, lista de músicas de grandes artistas. Depois da morte do pai, os três filhos de Michael vivem com os avós e começaram uma vida 'normal' frequentando a escola e convivendo com primos de forma menos protegida que antes. Até mesmo uma entrevista para a TV, à apresentadora Oprah Winfrey, foi concedida pela mãe de Michael e por seus filhos. A senhora Jackson expõe suas dúvidas sobre a morte do filho e sua angústia diante de todo o acontecimento, além dos filhos e sobrinhos falarem da falta que sentem de Michael e o exaltarem como um excelente pai e protetor, do qual sentem muita falta e nutrem muito amor.

E aqui se encerra uma trajetória, nossa homenagem a esta brilhante história do único e eterno Rei Do Pop mundial, grande artista, dançarino, cantor, compositor, enfim, o ícone da arte moderna!




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