Mostrando postagens com marcador EUA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador EUA. Mostrar todas as postagens

28 janeiro 2013

1001 Filmes +: Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds)

DIREÇÃO: Quentin Tarantino;
ANO: 2009;
GÊNEROS: ação, drama e guerra;
NACIONALIDADE: EUA e Alemanha;
IDIOMA: inglês, alemão, francês e italiano;
ROTEIRO: Quentin Tarantino;
BASEADO EM: ideia de Quentin Tarantino;
PRINCIPAIS ATORES: Brad Pitt (Tenente Aldo Raine); Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfus); Christoph Waltz (Coronel Hans Landa); Eli Roth (Sargento Donny Donowitz); Michael Fassbender (Tenente Archie Hicox); Diane Kruger (Bridget von Hammersmark); Daniel Brühl (Fredrick Zoller); Til Schweiger (Sargento Hugo Stiglitz); Gedeon Burkhard (Cabo Wilhelm Wicki); Jacky Ido (Marcel); B.J. Novak (Soldado Smithson Utivich); Omar Doom (Soldado Omar Ulmer); August Diehl (Major Hellstrom); Denis Ménochet (Perrier LaPadite); Sylvester Groth (Joseph Goebbels) e Martin Wuttke (Hitler).




SINOPSE: "Durante a Segunda Guerra, na França ocupada pelo exército alemão, a jovem Shosanna Dreyfus testemunha a execução da família pelo coronel nazista Hans Landa. Porém, ela consegue escapar e passa a viver sob a identidade de uma proprietária de cinema em Paris, enquanto aguarda o momento certo para se vingar. Ainda na Europa, o tenente Aldo Raine organiza um grupo de soldados judeus para lutar contra os nazistas. Conhecido pelo inimigo como "Os Bastardos", o grupo de Aldo recebe uma nova integrante, a atriz alemã e espiã disfarçada Bridget Von Hammersmark, que tem a perigosa missão de chegar até os líderes do Terceiro Reich." (Cineclick)





"Dizer que Tarantino inventou um novo gênero, ainda não nominado, não parece ser exagero, mesmo sendo esse o primeiro filme que assisto de Quentin. Este filme nos faz lembrar do primeiro filme que assistimos para esta seção, 'Agonia E Glória (The Big Red One, Samuel Fuller, 1980)', onde o diretor também usa a comédia e o sarcasmo para aliviar o peso do tema central do filme. Fuller usa a comédia pastelão em seu filme, e a conexão com o tema central não existe, é algo fora de contexto. Ao contrário do sarcasmo, comédia e perspicácia de Tarantino, que o usa de forma incluída no enredo, tornando essa comédia na verdade, um humor negro, invertendo assim o papel da comédia e tornando a brincadeira não necessariamente sinônimo de risos e leveza, pelo contrário. O cuidado com a edição é louvável: som, corte, risada, gritos, tiros, sempre na hora certa. Hans Landa.... Esse é incontestável um dos melhores vilões fictícios surgidos nos últimos anos no cinema. Sua impecável perspicácia, educação, gentileza, sabedoria, inteligência usadas de forma esplendida por Christoph Waltz, fez Tarantino afirmar que foi, sem dúvida, o melhor personagem já escrito por ele. Talvez por ser austríaco, e ter em seu passado o peso do Nazismo enraizado em sua cultura, o seu toque particular ao personagem, a elegância amedrontadora de Landa, fez o diferencial, que Di Caprio, cotado inicialmente para o papel, não poderia ter. Vale ressaltar a participação de Daniel Brühl, ator hispano-alemão que interpreta o soldado herói que mata mais de 150 inimigos e ganha um filme em sua homenagem. Ele também participou com um papel importante em outra história da cultura alemã no filme 'Adeus, Lênin! (Good Bye, Lenin!, Wolfgang Becker, 2003)'. Participar de dois filmes de épocas, direção e temas tão diferentes, mas que abordam dois dos principais fatos mundiais, e principalmente, alemães, é no mínimo curioso. Tarantino coloca em xeque várias verdades existentes em nossa cultura: 'os fins não justificam os meios'; a inteligência, elegância e educação nem sempre são sinônimos de qualidades; fazer parte de uma quadrilha que tem por objetivo matar um determinado grupo e com requintes de crueldade, não podem ser sempre considerados criminosos e mal-feitores ou a espúria da sociedade. Enfim, a reflexão de Tarantino quanto a nossa opinião de fachada, onde apenas uma informação, um lado do fato, geralmente são levados em consideração, e principalmente, onde todas as alternativas não são consideradas e sua opinião acaba sendo formada pelo que a sociedade considera certo e errado, e não necessariamente, é o certo e o errado, é um legado de sua obra. Como eu digo sempre: toda qualidade também é um defeito, e todo defeito também é uma qualidade."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Demorei um tempo para começar a escrever meu comentário sobre este filme, pois é tão bom, tão intenso e tão cheio de Arte, que as palavras vão limitar a beleza que ele traz consigo, mas vamos tentar. Começarei falando do idealizador e terminarei falando da peça-chave da obra. Assim, Quentin Tarantino é aquele diretor que faz história facilmente, sem forçar nada. É o que destoa do padrão americano, apesar de alguns acreditarem que ele ajudou a modificar o padrão americano. Acredito que realmente sai do padrão, sendo inventivo e corajoso. Imagine um pequeno diretor que recebe convites para filmes hollywoodianos como 'Homens De Preto (Men In Black, 1997)' e 'Velocidade Máxima (Speed, 1994)', garantia de nome emplacado entre os grandes, mas que, por questões muito fortes que ressoam dentro de si, resolve revolucionar o cinema independente – banca sua ideia, como se quisesse dizer: 'sim, podemos ser rentáveis também, nós, os bastardos!'. E assim, seja como diretor de seus filmes, de cenas de outros diretores ou na condução de episódios de séries... tudo se torna sucesso sem limites com este grande homem. Portanto, vejo esta obra como um grande elogio ao cinema, com roteiro originalíssimo incluindo fatos históricos, ficção e a intensidade da paixão dos personagens, que trazem consigo desejos perigosos e missão impossíveis, levando até às últimas consequências a realização do que planejam. Cenários belíssimos, figurino perfeito, montagem criativa e atuações excelentes se juntam para contar uma história sangrenta, violenta mesmo, e que faz o expectador se sentir acuado, com uma arma na cabeça (ou entre as pernas, como mostra uma cena), a todo instante. Talvez tenha sido este o sentimento de quem foi perseguido pela SS, organização paramilitar nazista, na época negra pela qual o mundo passou quando Hitler, o Füher alemão, ampliava seus territórios dominados. E assim o diretor transpôs muito bem este clima para as telas, juntando uma trilha sonora que deixa tudo tocante e chocante. Questões culturais estão presentes no filme, que conta com diversas línguas e mínimos detalhes (como o sotaque ou a forma de se pedir uma bebida), entregando o inimigo infiltrado. Além disso, o filme foi filmado na Alemanha e na França, com atores de várias nacionalidades, sendo o diretor, americano (apesar de não se enquadrar no padrão). Destaco algumas atuações impactantes: Brad Pitt (um Tenente Aldo Raine corajoso e insistente), a francesa judia Mélanie Laurent (Shosanna Dreyfus, a vingadora da história), Diane Kruger (ex-modelo, colocando para fora toda sua beleza e sensualidade ao interpretar a atriz alemã Bridget Von Hammersmark), Daniel Brühl (ator lindíssimo em suas atuações que já fez parte aqui do 'O Teatro Da Vida', quando comentamos um outro filme seu, 'Adeus, Lênin! (Good Bye, Lenin!, Wolfgang Becker, 2003)', interpretando o personagem-chave da trama, o soldado Fredrik Zoller), Martin Wuttke (uma perfeita reprodução de Adolf Hitler, mostrando para nós um grande ator e diretor alemão) e Sylvester Groth (também perfeito reflexo de Joseph Goebbels, homem forte na propaganda do nazismo, braço direito de Hitler, aquele que exerceu controle nas comunicações da Alemanha e convenceu o povo alemão de que a guerra era boa), entre os outros atores todos, formando um elenco afinado e afiado. Agora vou falar da peça-chave do filme, de Christoph Waltz: ator austríaco, provindo de uma família de atores, fluente em vários idiomas (o que mostra com seu personagem), aquele ator que se enquadra tão bem na história que só restam pensamentos como: não poderia ser outra pessoa no seu lugar interpretando este personagem, e que ele é que faz o sucesso do filme, a pedra angular, apesar de todo roteiro e produções e outros atores serem perfeitos. Neste sentido, o Coronel Hans Landa é, certamente, um dos personagens mais fantásticos da história do cinema, idealizado por Quentin Tarantino e colocado nas telas para simbolicamente representar todo um jeito alemão de ser, todo um jeito austero e, ao mesmo tempo, sarcástico e bem-humorado, de ser do povo da Alemanha: um espelho de parte do perfil e da cultura daquele país. Não foi por nada que Waltz viu cair em seu colo prêmios de melhor ator e melhor ator coadjuvante nas maiores premiações do cinema mundial por este papel, por seu empenho nesta empreitada louca que Tarantino lhe propôs. Se o personagem fosse somente aquilo que vimos até se aproximar seu desfecho, um elegante patriota que faz tudo por sua nação, já teria todos os méritos. Mas ainda nos deparamos com a surpresa final de que ele pode ser mais, pode ser ele mesmo, traz consigo uma missão individual e tem planos além do que lhe foram propostos. É lindo! Um personagem 'do mal' por quem é fácil de se apaixonar, mesmo quando mostra toda sua falta de afeto sendo um 'caçador de judeus' que com humor afiado mata fazendo terror psicológico em suas vítimas – e em nós, espectadores. Enfim, um diretor corajoso e ousado, que mostra o quanto o cinema não pode ter limites e uma trama de forte impacto psicológico colocando temas de vida das pessoas, como a vingança ou a busca de determinado ideal, conduzindo toda uma existência pessoal e coletiva. Ah, uma dica: o diretor aparece no filme, tente achá-lo."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os '1001 Filmes', acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.





















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

20 janeiro 2013

1001 Filmes: Banzé No Oeste (Blazing Saddles)

DIREÇÃO: Mel Brooks;
ANO: 1974;
GÊNEROS: comédia, faroeste;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: inglês;
BASEADO EM: história de Andrew Bergman;
PRINCIPAIS ATORES: Cleavon Little (Bart); Gene Wilder (Jim); Slim Pickens (Taggart); Harvey Korman (Hedley Lamarr); Madeline Kahn (Lili Von Shtupp); Mel Brooks (Governador William J. Lepetomane / Chefe Indígena); Burton Gilliam (Lyle); Alex Karras (Mongo); David Huddleston (Olson Johnson); Liam Dunn (Rev. Johnson); John Hillerman (Howard Johnson); George Furth (Van Johnson).




SINOPSE: "Numa cidadezinha do Oeste onde todos se chamam Johnson, a população é aterrorizada por bandidos liderados pelo malvado Hedley Lamarr, que sabe que as terras irão valer muito dinheiro com a passagem da ferrovia. O governador William envia um novo xerife para controlar a situação, o ex-ferroviário Bart. Bart é negro e é hostilizado pela população racista mas recebe ajuda do pistoleiro bêbado mas rápido no gatilho, The Waco Kid." (wikipedia)





"O lendário diretor de sátiras não poderia deixar passar batido o gênero faroeste, aquele que pode ser considerado o mais verdadeiro enredo estadunidense. E brincar com isso não é fácil, além de ser muito arriscado. Mas Brooks tentou, e conseguiu. E não se contentou em satirizar o velho oeste, ainda misturou a trama o preconceito racial, conseguindo fazer do filme, mesmo que sem querer, um aliado a quebra desse preconceito. Também abordou, com menos enfoque, a questão do machismo e do preconceito de gênero, numa terra onde podem brincar com tudo, seja com o poderio dos brancos sobre os negros seja pela cultura local, mas falar de homossexualismo ou feminismo, já é considerado uma afronta, uma desrespeito. Mas como disse Mongo: 'Mongo apenas joguete no teatro da vida', não cabe aqui para o enredo e a coragem do diretor."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Para entender a que gênero pertence este filme tem que se entender que o diretor, Mel Brooks, admira paródias de situações de outros filmes, gosta de colocar um pouco de riso no drama. Neste filme ele faz paródia do faroeste, criando, de certa forma, um gênero: faroeste cômico. No meio disso tudo coloca alguns temas que fazem rir e polemizam, como um xerife negro cuidando da segurança da pequena cidade do oeste, dando margem à reflexões acerca do preconceito racial, ainda mais para a época em que foi filmado. Mas mais do que isso, acredito que ele pretendia mesmo era somente fazer rir, trazendo a reflexão de carona. Para o meu gosto o filme não é tão interessante, mas vai ficando cada vez melhor ao se aproximar do final e fica melhor ainda entendendo o que pretende o diretor com esta obra: faroeste ou comédia? Nenhuma das duas e, ao mesmo tempo, ambos. Vale ressaltar as ótimas interpretações: Cleavon Jake Little, o protagonista negro. Gene Wilder (A Fantástica Fábrica de Chocolate, Willy Wonka And The Chocolate Factory, Mel Stuart, 1971) como o gatilho mais rápido do oeste e Harvey Herschel Korman, o vilão da história. Ah, o diretor também participa como ator, um governador muito louco."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os '1001 Filmes', acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.





















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

13 janeiro 2013

1001 Filmes: Malhas Da Tarde (Meshes Of The Afternoon)

DIREÇÃO: Maya Deren e Alexander Hammid;
ANO: 1943;
GÊNEROS: Curta, Vanguarda e Experimental;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: mudo;
ROTEIRO: Maya Deren;
BASEADO EM: ideia de Maya Deren;
PRINCIPAIS ATORES: Maya Deren (A Mulher) e Alexander Hammid (O Homem).




SINOPSE: "Maya Deren é uma mulher aprisionada dentro de casa, sufocada pelo cotidiano doméstico. Ela é atormentada por múltiplas visões, se despedaça em diferentes personalidades, e não consegue diferenciar muito bem, enquanto cochila, o sonho da realidade. Seu olhar para por longos segundos em qualquer objeto doméstico: uma faca em cima do pão, a porta destrancada, o telefone fora do gancho." (Adoro Cinema)


"É um filme bastante perturbador, angustiante, que incomoda e causa medo, mesmo tendo raros momentos de leveza com a dança da personagem principal, ou poderia dizer, da atriz que a interpreta, uma vez que a história retratada foi um recorte da própria vida da atriz. O jogo de câmeras dá uma agilidade incomum para um filme dessa época, assim como, a sobreposição de várias imagens da mesma atriz em movimento, com uma qualidade bem a frente do seu tempo. Também há de se ressaltar a utilização da câmera lenta meticulosamente encaixada a sequência do filme. Apesar da música ter sido acrescida ao filme somente 10 anos depois, se encaixa perfeitamente à trama, deixando ainda mais afloradas as sensações já citadas."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"A vida tem encontros interessantes. Neste caso, Alexander Hammid, fotógrafo tcheco, e Maya Deren, cineasta, coreógrafa, dançarina, poeta, escritora e fotógrafa, nascida na Ucrânia. Ambos fugidos de seus países por motivos similares em época de guerra, se encontrando e se tornando vanguardistas no cinema americano. Neste curta de 1943 é mostrado as malhas que tecem a vida, que aprisionam ou libertam. Adrian Martin, crítico de cinema australiano diz que Maya queria mostrar a questão feminina e o aprisionamento da mulher, talvez querendo destacar questões únicas de uma época em que o poder masculino predominava. Para a atualidade vale a pena pensar sobre esta questão de diversos ângulos, refletindo em como o confinamento das pessoas, dentro delas mesmas, pode provocar a loucura e a perda da saúde mental ou física: uma desfragmentação do ser. O filme é curto e fantástico, envolto por um clima noir, com medo, pulsão de morte, pesadelos e itens simbólicos como uma escada, uma chave, a mulher e o homem... gerando múltiplas interpretações da combinação entre eles. Enfim, com estilo único e mesmo morrendo jovem, o trabalho de Maya é estudado nas principais escolas de cinema do mundo, deixou grandes obras para a humanidade."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





Para entender o que são os '1001 Filmes', acesse a página explicativa.

Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.






















Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...