DIREÇÃO: Louis Malle;
ANO: 1987;
GÊNEROS: Drama;
NACIONALIDADE: França e Alemanha Ocidental;
IDIOMA: Francês;
ROTEIRO: Louis Malle;
BASEADO EM: vivência de Louis Malle;
PRINCIPAIS ATORES: Gaspard Manesse (Julien Quentin); Raphael Fejtö (Jean Bonnet ou Jean Kippelstein); Francine Racette (Madame Quentin); Stanislas Carré de Malberg (François Quentin) como Stanislas Carré De Malberg; Philippe Morier-Genoud (Padre Jean); François Berléand (Padre Michel); François Négret (Joseph); Peter Fitz (Muller); Pascal Rivet (Boulanger); Benoît Henriet (Ciron); Richard Leboeuf (Sagard); Xavier Legrand (Babinot); Arnaud Henriet (Negus); Jean-Sébastien Chauvin (Laviron) e Luc Etienne (Moreau) como Luc Étienne.
SINOPSE: "França, inverno de 1944. Julien Quentin (Gaspard Manesse) é um garoto de 12 anos que frequenta o colégio Sr. Jean-de-la-Croix, que enfrenta grandes dificuldades devido a 2º Guerra Mundial. Lá ele se torna o melhor amigo de Jean Bonnett (Raphael Fejto), um introvertido colega de classe que Julien posteriormente descobre ser judeu. A tragédia chega à escola quando a Gestapo invade o local, prendendo Jean, outros dois alunos e ainda o padre responsável pelo colégio." (Filmes De Cinema).
"Três pontos que tornam o filme único, um clichê que parece óbvio mas não é, pois nem todo filme soa para mim como único, mas esse é: abordar o nazismo, ser autobiogafico e falar sobre amizade. Ao ler os três itens que elenquei para diferenciá-lo, poderá parecer um exagero meu querer destacá-lo por esses motivos ou simplesmente ser uma análise superficial sobre o filme, o que pode ser também. O filme aborda a questão do nazismo como se ignorasse o que acontecia fora do internato, tentando passar aos alunos que lá estavam, que aquilo não era aquilo, que o acontecia não era importante, tanto não era que não fazia parte do dia-a-dia deles. Porém ele estava lá, no auge da sua verdade, invadindo e mutilando a todos que não seguissem suas ordens, e infelizmente, não poupou a escola, que tem por convicção ensinar algo totalmente ao contrário da realidade em que estavam inseridos. E retratar isso, da forma que seja, com o peso ou a leveza que for, é sempre importante para realçar naqueles que acreditam que foi o maior erro e egoísmo que a humanidade vivenciou, como para tentar colocar naquelas poucas cabeças que acham que nada disso aconteceu e se aconteceu, foi merecido. Papel perfeito, desenvolvido de forma sutil quando preciso e de forma clara e aberta quando não esperamos. Talvez essa abordagem seja possível apenas por que seu personagem principal, um garoto, viria a se tornar o diretor deste filme que comentamos. Talvez o filme seja tão verdadeiro e profundamente emocional por ter sido ele o menino que teve as alegrias e as marcas que jamais foram esquecidas, ao ter uma amizade proibida com outro garoto, simplesmente por ter sido cultivada no local e momento errados. Pegando esses três ingredientes e misturando dentro da cabeça talentosa Louis Malle consegue-se produzir essa obra-prima tendo unicamente como ingredientes apenas amizade, nazismo e lembranças. Mais um filme que me embuti a vontade de continuar a saga dos 1001 Filmes, pois surpresas como essas jamais esquecerei."
(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira
"Um diretor que fará falta na sétima arte este Louis Malle, cineasta que trabalhou durante toda vida com temas polêmicos como pedofilia, incesto e suicídio, recusando padronizar-se em uma escola específica, criando um estilo que usava de todo conhecimento que tinha sobre o cinema e a arte de contar histórias. Este filme de que falamos aqui fez parte de uma série na qual quis fazer crítica à colaboração francesa no nazismo, tema que causou grande constrangimento à nação francesa e, talvez por este motivo, ocasionando sua ida para os EUA e se tornando um dos únicos diretores franceses bem sucedidos em terras americanas. Louis Malle, em certa época, planejou fazer um filme na Amazônia, mas o projeto não vingou, assim como tantos outros que tinha em sua mente, mas que a morte precoce pelo câncer não o deixou concluir. Este filme é cheio de pitacos críticos em várias instituições, além do tema nacional francês que já citei, sendo que encontramos um padre que fica incomodado ao ver um menino nu, cutucando a Igreja, assim como críticas à vida burguesa e à família. Desvendando o mundo de Malle, encontramos um padre com humanidade suprema, capaz de arriscar a própria cabeça para salvar crianças de um regime que seu país praticava, mas que ele discordava, mostrando o medo e a importância para uma nação de ser embasada em democracia e liberdade de pensamento e expressão. Vemos também uma linda homenagem à Chaplin, na longa cena em que os alunos da escola assistem a um filme mudo. Um filme para se aprender história e se entreter, sofrer e amar junto ao mesmo tempo. Juntando um elenco jovem, além do ator que interpreta o padre, todos muito talentosos, mostrando tudo o que tem que mostrar em gestos e olhares que dizem mais que milhões de palavras, produzindo cenas que poderiam ser inseridas no ranking dos 'melhores momentos de filmes de todos os tempos'. No mais, um filme contido, com um clima pesado e triste que retrata uma triste época."
(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy
Para entender o que são os 1001 Filmes, acesse a página explicativa.
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Já fiz um seminário de Psicologia fazendo uma análise desse filme. Ele é realmente muito bom.
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