02 janeiro 2011

1001 Filmes: Agonia E Glória (The Big Red One)

DIREÇÃO: Samuel Fuller;
ANO: 1980;
GÊNEROS: Ação, Drama e Guerra;
NACIONALIDADE: EUA;
IDIOMA: Inglês, Francês e Italiano;
ROTEIRO: Samuel Fuller;
BASEADO EM: ideia de Samuel Fuller;
PRINCIPAIS ATORES: Lee Marvin (O Sargento); Mark Hamill (Soldado Griffin); Robert Carradine (Soldado Zab/Narrador); Bobby Di Cicco (Soldado Vinci); Kelly Ward (Soldado Johnson); Siegfried Rauch (Sargento Schroeder); Stéphane Audran (A dona do albergue); Serge Marquand (Rensonnet); Charles Macaulay (General/Capitão); Alain Doutey (Broban, Sargento Vichy); Maurice Marsac (Cornoel Vichy); Colin Gilbert (Dog Face POW); Joseph Clark (Soldado Shep, soldado no transporte de tropas); Ken Campbell (Soldado Lemchek); Doug Werner (Switolski).






SINOPSE: "Durante a Segunda Guerra, quatro rapazes da Primeira Divisão de Infantaria participam de combates contra franceses colaboracionistas na Argélia e desativam um campo de concentração na Tchecoslováquia, comandados por um sargento veterano da Primeira Guerra. Vivem também uma série de episódios pitorescos, todos anotados por Zab (Robert Carradine), o escritor do grupo. Eles realizam o parto de uma mulher dentro de um tanque, travam um tiroteio com alemães diante dos indiferentes loucos de um asilo na Bélgica e refestelam-se com uma macarronada ao ar livre na Sicília, entre outros feitos." (Ver Filmes Online).



"Este é o primeiro filme da nossa jornada para assistirmos os '1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer (Steven Jay Schineider, 2008, Editora Sextante)' da qual pretendemos postar aqui um comentário nosso para cada filme assistido, além de alguns dados técnicos dos filmes, compartilhando com você essa experiência que já se mostrou, depois de 3 filmes assistidos, muito rica e diversificada. Esse não é apenas um filme de guerra, com seus clichês típicos de filmes deste gênero (mortes, lutas, tiros, bombas, etc.), ele traz uma interpretação impecável de Lee Marvin como um sargento que consegue, ao mesmo tempo ir chamando seus soldados por números, para que eles consigam montar um armamento e consequentemente morrer, sem o menor emoção para com as pessoas, ou defendê-los perante a dona do albergue, demonstrando que eles não são aquilo que aparentam ser, bagunceiros, bêbados, etc., com carinho e proteção de alguém mais experiente para alguém mais jovem. Sua figura é implacável e retumbante, ao mesmo tempo que é forte, serena e despretensiosa. Apesar de mostrar as glórias que esse grupo consegue, o filme não os idolatram como heróis, ou os melhores soldados dos EUA, simplesmente retrata as agonias e glórias desses soldados, assim como tantos outros milhares iguais a eles que lutaram nas mesmas guerras e também tiveram as mesma provações e conquistas. Há cenas espetaculares, como a guerra dentro do hospício, a emboscada dos alemães em volta de um tanque, o parto de um bebê dentro desse tanque de guerra, o sargento usando sobre o capacete um arranjo de flores feito por uma italiana como agradecimento e o deixando com cara de palhaço e o pedido, no meio da guerra, de um menino que tinha um segredo importante para o grupo e que ele troca por um enterro justo de sua mãe morta que ele carrega para todo lado."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Agonia e Glória é um filme sobre vida e morte, seus entrelaçamentos e a necessidade que tem uma da outra. Freud não chegou a viver para presenciar a Segunda Guerra, contexto do longa, mas se estivesse vivo na ocasião poderia expandir, quem sabe, suas reflexões já iniciadas quando da Primeira Guerra, acerca dos impulsos violentos que nos avassalam, assim como sobre a transitoriedade, o luto e a melancolia. Todo longo percurso do filme de Samuel Fuller é lindo e muitas cenas que parecem ser de morte, na verdade, são de luta pela sobrevivência, como na ocasião em que os soldados, despersonalizados, identificados por números, são enviados, um a um, para a morte a frente das trincheiras. Dão a vida por uma causa: a da vida de muitas outras pessoas. Nobre? Também. O fato é que na história da humanidade o que faz a evolução acontecer é o movimento, impulsionado pelo paradoxo e pelos contrários: amor e ódio, luta e estagnação, morte e vida. Olhando mais de perto nossa vivência mais íntima, esta, a de cada um de nós, percebemos que não fica tão separadinho como tentamos deixar... somos preservação e agressão, temos sentimentos bons e maus pelos mesmos objetos e... assim é a vida, com movimento. Como diz o sargento para seu (antes) inimigo: 'Viverás, mesmo que tenha que lhe arrancar a cabeça'. E, neste sentido, temos mais em comum com nossos inimigos (sejam sujeitos ou partes de nós mesmos), do que imaginamos. Melanie Klein sabia bem disso. Para se viver bem também se necessita dar o sangue, matar muito de nós e dos outros. Por fim, a importância deste filme é mostrar que a vida é uma luta diária, de nós com nós mesmos, nossos desejos e instintos. Luta esta que contém agonias e glórias, as quais nem sempre (ou quase nunca) o ser humano consegue identificar, separar, dar adequados significados. Assim, filmes de romance mostram paixões que são verdadeiras guerras e, neste contexto... existirá um dia a preconizada paz eterna que as religiões tanto almejam? Com tantos sentimentos na vivência e na com-vivência, arrisco dizer que jamais teremos. E é até bom que assim seja..."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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1 comentários:

  1. Início de jornada cinéfila já com Samuel Fuller? UAU! Só por isso valeria que eu seguisse o blog.

    Conheci a página de vocês através de uma busca sobre links do Fuller, porque pretendo fazer um ciclo dele por aqui...

    Eu sou o Luiz, editor do Cinebulição, e gostei muito dos dois comentários de vocês. Continuem. Parece-me que a coisa vai longe.

    Parabéns pelo espaço.

    Já sigo! =)

    Abraço.

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