17 novembro 2011

Sétima Arte Brasil: Os Fuzis (Ruy Guerra, 1964)

DIREÇÃO: Ruy Guerra;
ANO: 1964;
GÊNEROS: Drama;
ROTEIRO: Ruy Guerra, Miguel Torres e Pierre Pelegri;
BASEADO EM: ideia de Ruy Guerra;





SINOPSE: "Nordeste, 1963. Durante a seca, na Bahia, grupo de soldados, entre eles Mario, é enviado a uma pequena cidade do interior para impedir que os habitantes esfomeados saqueiem os armazéns locais." (Cineclick).



"Um filme pesado, feio, que mostra a miséria de um povo, sua marginalidade, opressão, fome, desamparo, desespero, silêncio, conformismo, alienação. Um retrato de um povo sem voz, sem cara, sem vida, sem brilho, sem sentimento ou pensamento, que repete de forma automática aquilo tudo que seus antecessores viveram, perpetuando sua insignificância eterna, sem rodeios, maquiagens, efeitos especiais ou máscaras, tudo mostrado da forma que é, sem medo, pudor, respeito, cuidado. Isso é o Cinema Novo, e Os Fuzis, um representante perfeito. Vale um sentimento pessoal: ao ver a cena dos soldados comendo ao redor de um corpo, me veio instantaneamente a música 'De Frente Pro Crime (João Bosco e Aldir Blanc)' (música cantada pela Simone e que pode ser ouvida clicando no nome da música e indo até o final da postagem, dando play na faixa 29) que diz: '...ta lá o corpo estendido no chão, em vez de reza uma praga de alguém, e um silêncio servindo de amém, o bar mais perto depressa lotou...'. Apesar de ter sido feita uma década depois, podia perfeitamente ser a trilha do filme, mas, claro, se o filme não fosse de Ruy Guerra, que jamais permitiria algo do tipo, mesmo a música sendo perfeitamente brasileira, seja pela letra, melodia ou voz, mas ainda assim, seria considerada algo do capitalismo. Sugiro, para quem como eu não é entendedor de Ruy Guerra, Cinema Novo ou Cinema Nacional ler o artigo 'O sertão de Boi-Jesus, armas e miséria em Os Fuzis: o cinema novo de Ruy Guerra (Jefferson Eduardo Pereira Bessa; História, imagem e narrativas; nº 5, ano 3, setembro/2007)' antes de assistir o filme. Esta leitura facilitará bastante a interpretação. E vivas para a provocação do Cinema Novo, da qual, não me apetece!"

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira





"Apesar de ser bem considerado, na história do cinema nacional, achei um tanto quanto cansativo, com narrações esquisitas e imagens igualmente estranhas que se demoram no culto a um boi que traria alimento e água para o povo sofrido que ora. Estas imagens acabam por diluir as atuações e o drama da história. Logo, com um roteiro lento, demorou um pouco para eu entender o que o boi cultuado significava e acredito que se o desejo era o de discutir a política da época no país e a formação cultural do povo, podiam fazer isso de outras formas mais bonitas, mas a época cinematográfica de Cinema Novo estava apenas começando e temos que entender isso. Assim, após a queda da Companhia Vera Cruz era isso que se podia fazer. Talvez um roteiro mais condensado, focando nas relações entre os personagens principais da história e sua interação e angustias traria um novo ar a esta obra. Enfim, detesto fazer crítica negativa, mas acredito que quando fortes argumentos a embasam vale a pena, e mais ainda se trouxer outras alternativas para o que não se gosta. Um ponto forte do filme é a tentativa de se discutir o fanatismo religioso, não deixando de criticar a situação política do país, sendo interessante a carga de desesperança do povo em Deus quando da morte do boi."

(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Kleber Godoy





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