13 outubro 2011

Trajetória: Steve Jobs (Parte I)

Nesta seção do blog homenageamos pessoas que ao longo de sua carreira deixaram muito claro o quanto sua vida pessoal causa impacto em sua vida profissional e/ou artística, sendo que, nas palavras do grande cientista de nossa Era, Steve Jobs, 'ao se ligar os pontos', tudo fica muito claro: os acontecimentos, bons ou ruins, tinham um sentido, estavam levando a algum lugar. Há alguns dias perdemos este grande homem e hoje começamos a contar um pouco de sua história aqui no blog, em poucos posts, com imagens de sua carreira, descrições de suas invenções e comentários acerca do legado. Afinal de contas, não é sempre que se tem a oportunidade de se viver na mesma época de um Leonardo Da Vinci.


'A vantagem de Jobs é que ele é visionário e altamente empreendedor. Ou seja, ele sonha e realiza, enquanto outros apenas sonham', analisa Daniel Domeneghetti, da E-consulting, especializada em tecnologia.

Nesta primeira parte abordaremos a vida e a obra de Steve Jobs de seu nascimento até o momento em que cria a empresa Apple Computer.

Steven Paul Jobs nasceu em São Francisco, na Califórnia, em 24 de fevereiro de 1955 e em sua trajetória de mostrar que sonhos podem ser realidade, coincidentemente ou não, chegou a ser acionista da Walt Disney, cujo criador também acreditava que sonhos existem tão somente para se tornarem reais.

Steve Jobs no ensino médio em Homestead

Filho de Joanne Simpson e de Abdulfattah John Jandali, foi colocado para adoção, pois os pais alegavam não terem condições para que o filho se formasse em uma universidade, colocando esta condição: que ele fosse adotado por uma família que pudesse dar isso a ele. Uma segunda versão diz que o avô materno não queria o casamento e isso incentivou a adoção. Seus pais adotivos iniciais não quiseram Steve, pois queriam uma menina, dando o garoto novamente para outra família, Paul e Clara Hagopian Jobs, aqueles que lhe deram o nome e o criaram. Mas esta adoção quase não acontece visto que estes pais não tinham curso superior, sendo que só adotaram de fato Steve quando prometeram aos pais biológicos que aos 17 anos ele estaria em uma universidade.

Conta-se que Steve não gostava muito dos estudos quando criança e era até meio 'hiperativo', mas um professor seu do 4º ano, percebendo que ele estava avançado nos estudos, começou a 'suborná-lo', dando doces e notas de 5 dólares para que ele aprendesse mais rápido e se interessasse em estudar. Em psicologia chamamos isso de condicionamento do comportamento, e deu certo, o resultado foi o interesse de Steve, seu prazer em aprender, pulando o 5º ano. No entanto a escola em que estudava não era boa e ele sofria bulliyng dos outros garotos, pedindo aos pais para mudá-lo de escola, dizendo que se isso não acontecesse, não iria mais estudar. Foi então que mudaram para um lugar de mais alto padrão de vida, a cidade de Los Altos, podendo estudar em Cupertino Junior High, momento decisivo para sua facilitação criativa e bom desenvolvimento intelectual.

Além de ser um lugar melhor para se viver, era uma região que facilitava seu contato com eletrônica por receber muito empenho governamental para este tipo de desenvolvimento. Steve começou a trabalhar sua curiosidade em sua garagem e nas garagens dos vizinhos e desenvolver ali suas 'engenhocas', pois tinha aulas de eletrônica e também sua curiosidade em descobrir coisas. Ele conta que olhava para um aparelho de TV e dizia 'eu não construi isso, mas eu realmente poderia ter inventado e construído isso, pois entendo como funciona a conexão entre as partes para construir uma coisa assim'.

Steve Jobs com 17 anos

Em 1969 Steve fez amizade com um garoto mais velho chamado Stephen Wozniak (Woz), Steve, com 14 anos, se interessou pelas ideias de Woz, de 19 anos, que estava construindo um computador com outro colega. Foram amigos nesta época e começaram a desenvolver projetos juntos. Um destes projetos foi o desenvolvimento de uma caixa azul que permitia que fossem feitas ligações de longa distância gratuitamente e começaram a vender o equipamento, mas logo pararam quando quase foram pegos pela polícia.  Ao mesmo passo falavam de música e garotas ora, eles eram adolescentes com alta inteligência, mas eram adolescentes.

Cumprindo-se a profecia e a promessa, aos 17 anos Steve estava ocupando uma cadeira em Física na Reed College, em Portland, Oregon, mas abandonou meses depois vendo a dificuldade que seus pais tinham para mantê-lo lá, ainda mais em um curso que ele nem gostava muito. Ele disse, mais tarde: 'Eu não tinha idéia do que eu queria fazer com minha vida e nenhuma idéia de como a faculdade iria me ajudar a descobrir'. No entanto, decidiu ficar um pouco mais pela universidade, vendendo recicláveis para ganhar alguns centavos, morando na comunidade, agora sem cama, mas no chão do quarto de amigos, frequentando somente as aulas que gostava, sem obrigação, e alguns cursos interessantes, como o de Caligrafia, sem o qual ele diz que talvez os computadores atuais não teriam as letras estilizadas como tem hoje. Ele conta que os pontos na vida só se conectam depois de um tempo, muitos anos depois, quando se olha para traz, sendo que foi necessário para ele entrar naquela universidade, fazer o curso de Caligrafia, encontrar as pessoas que encontrou e, mais tarde, cumprir seu objetivo: criar um negócio que iria fazer a diferença no mundo.

Steve Jobs na fase hippie

"Eu fui um afortunado em começar a trabalhar com computadores quando a indústria era muito nova e idealística. Não existiam muitos cusros de informática e , assim, as pessoas nos computadores eram mentes brilhantes da Física, Matemática, Música, Zoologia, e outros. Amavam os computadores e ninguém realmente pensava em ganhar dinheiro com eles." (Steve Jobs)

Uma das histórias interessantes desta época é que Steve entrou em contato com filosofias místicas orientais e passou a jejuar por vários dias para alcançar a paz interior e, em um dado momento, a comer somente frutas, pois acreditava que isso limparia seu corpo como um todo, o que o livraria da obrigação de ter que tomar banho. Foi uma época em que provou LSD e foi 'meio hippie'. Mais tarde, já multimilionário, ainda se utilizava do jejum como forma de busca avançada pela espiritualidade.

Em 1974, Steve precisava desesperadamente de dinheiro, então ele conseguiu um emprego na Atari, sem dúvida a primeira empresa de vídeos games, criada por Nolan Bushnell dois anos antes, tendo como um de seus primeiros funcionários Al Acorn, o inventor do Pong, o primeiro vídeo game lucrativo da história, uma espécie de Fliperama rústico com jogo de Ping Pong. Steve Jobs olhou para o fundador e ficou impressionado com este homem fez um monte de dinheiro através da construção de máquinas de Pinball. Ele foi claramente uma inspiração para o começo da Apple.


Steve pediu para seu chefe financiar uma viagem à Índia, mas acabou indo trabalhar em algumas máquinas Atari na Almeanha, sendo que ao encontrar um amigo hippie conseguiu ir para a Índia atrás da iluminação que buscava. Nesta viagem ficou decepcionado, conhecendo um grande guru e percebendo o golpista que ele era. Voltou a trabalhar na Atari e concluiu que Thomas Edison, o maior inventor de todos os tempos, como a lâmpada e centenas  de outras de patentes, tinha contribuído muito mais para melhorar o mundo do que pensadores como Karl Marx, religiosos e outros. Esta era sua fixação: melhorar o mundo. Em um determinado momento passou semanas em uma fazenda com a namorada hippie, cultivando maças e comendo-as, quando não estava em jejum.


Neste período, Woz, seu colega de eletrônica, continuava trabalhando na criação de um computador. Nesta época Bill Gates e Paul Allen também acabavam de fundar a Microsoft, desenhando interpretadores básicos para computadores, que na época eram somente corporativos e máquinas enormes nos escritórios, sustentados pela IBM. Computador pessoal era um sonho, algo que todos esperavam acontecer e vários engenheiros de diversos lugares trabalhavam em procedimentos que levaram à criação de microprocessadores, uma dessas pessoas foi Woz.


Steve, ao ouvir as ideias de Woz, ficou impressionado e sugeriu reuniões com engenheiros e empresas, conseguindo construir uma empresa pessoal através destas ideias já que ele sabia que não entendia muito de engenharia, mas tinha a clara noção de que aquilo ali tinha alta demanda mundial, que as pessoas queriam este produto. Ele disse: 'mesmo se perdermos dinheiro, vamos ter uma empresa, um negócio que podemos chamar de nosso'. Assim, Steve vendeu seu Volkswagen e Woz sua calculadora HP, criando a Apple, nome dado por Steve que disse: 'vamos deixar este nome como provisório, se não encontrarmos nada melhor, fica este mesmo'. E ficou!

Primeiro logotipo da Apple, utilizado nos primeiros meses de 1976, que fazia referência a Isaac Newton sentado aos pés da macieira

Com seu parceiro na tecnologia, Steve Wozniak, fundou em 1976, com apenas 19 anos, a Apple Computer, lançando a Apple I e logo depois a Apple II, produzindo computadores criativos e simples, com ousadia e muito trabalho, desenvolvendo projetos que revolucionariam a indústria em matéria de hardware e software com o projeto Macintosh. Não temos noção disso tudo em nosso dia-a-dia, mas Steve e este projeto foram os responsáveis por nós navegarmos hoje com ícones, pastas e janelas, tudo isso acionado por um mouse, sendo que naquela época os computadores eram basicamente um universo de DOS e um teclado. Steve deu facilidade e estética para nosso dia-a-dia.

Steve Wozniak, Steve Jobs e o primeiro computador em série da Apple, o Apple I, lançado em 1976

Steve Jobs com o Apple II lançado em 1977

Steve Jobs com o Macintosh de 1984

É claro que visto pela ótica dos sucessos tudo é fácil, mas no meio das vitórias houveram muitas derrotas. Por exemplo, o Apple III deu prejuízo para a empresa, e outros produtos também, mas o que persiste na história de Jobs é o aprendizado com o que não dá certo e a alta confiança em si próprio para criar o futuro. Aliás, tudo é muito simbólico na trajetória de Steve Jobs, a começar pelo símbolo da empresa, uma maçã já mordida, fazendo alusão à maçã de Isaac Newton (a lenda conta que uma maça caiu em sua cabeça quando descansava em um jardim, dando a ele o insight acerca da força da gravitação universal). Assim, a maçã mordida representa o senso de descoberta. Estamos frente a um grande inventor de nossa época!

Segundo logo, utilizado desde o final de 1976 até 1998, de um arco-íris com forma da famosa maça mordida

Levando em conta que já temos muita história até aqui, continuaremos na próxima parte desta interessante trajetória de vida, e então, contaremos os fatos e curiosidades acerca do impacto da criação e do desenvolvimento da Apple, juntamente com os sucessos e fracassos da vida de Steve Jobs. Até lá!



Para entender a dinâmica do 'O Teatro Da Vida' visite a página sobre o blog.

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