DIREÇÃO: Luis Buñuel;
ANO: 1928;
GÊNEROS: Curta e Fantasia;
NACIONALIDADE: França;
IDIOMA: mudo (texto em francês);
ROTEIRO: Luis Buñuel e Salvador Dalí;
BASEADO EM: sonhos de Luis Buñuel e Salvador Dalí;
PRINCIPAIS ATORES: Simone Mareuil (Mulher); Pierre Batcheff (Homem); Luis Buñuel (Homem Do Prólogo); Salvador Dalí (Segundo Seminarista) e Jaime Miravilles (Primeiro Seminarista).
SINOPSE: "O filme não possui uma história na ordem normal dos acontecimentos, passando de "era uma vez" direto para "oito anos depois". Utiliza a lógica dos sonhos, baseado em conceitos da psicanálise de Freud, como o inconsciente e as fantasias. O curta-metragem representa uma reunião de imagens oníricas, encadeadas no vídeo como se fossem um pesadelo, repleto de cenas metafóricas." (Filmow).
"Quando começamos a pensar sobre o filme, cada elemento que vai surgindo nos dá a sensação de ser um filme interessante e imperdível. Imaginar que esse filme conta com a atuação e roteiro de Salvador Dalí, que é o marco do início do surrealismo cinematográfico, ter sido feito em 1928, poder ver cenas de nudez e beijo afrontando os costumes e regras da época, etc. nos força um pré-julgamento que se concretizará ao assistir os 16 minutos do filme. Assim como as pinturas de Dalí, nas quais a nossa primeira impressão é a que faz mais sentido e que tem a maior coerência, no filme também cabe essa análise. A cada tentativa de entender o filme, de localizar um enredo coeso, o nosso sentimento de confusão só se faz aumentar, tornando essa uma obra realmente surrealista. Vale destacar a coragem, em plena década de 1920, de mostrar um homem apalpando uma mulher nua nos seus seios e nádegas, ou então, mostrar em uma das cenas, os pelos das axilas da mulher transferidos para a boca desse homem, onde a clareza do sexo e do desejo se fazem tão claros para a época, como um filme pornográfico que baixamos da internet nos dias de hoje. Por incrível que pareça, esse filme merecia, na sua época, claro, ser o vencedor do Oscar de efeitos especiais (caso já tivesse na época esta categoria). Uma das cenas célebres é onde a personagem de Buñuel corta o globo ocular da personagem de Simone Mareuil, que na verdade, é um olho de boi, cuja a equipe teve o mérito de fazer parecer com um olho humano. O segundo momento de efeitos especiais é quando aparecem formigas saindo da mão da personagem de Pierre Batcheff. Apesar de seu curto tempo de duração, o filme nos traz muitos questionamentos psicanáliticos, culturais e pessoais, agregado à desordem e à 'ficçao' do enredo, nos parecendo ainda mais marcantes e impressionantes."
(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente)
Jonathan Pereira
"O curta, estreia de Buñuel como diretor, em conjunto com Salvador Dalí, parece um quadro surrealista em movimento: é como se o segundo tivesse pintado e o primeiro desse o movimento, gerando um filme mudo que presenteia com ótimas atuações (mesmo), com destaque para simplesmente todos os personagens. O resultado é uma obra do inconsciente de ambos, uma obra dos sonhos dos dois amigos, mostrando não somente a subjetividade de ambos, mas a subjetividade 'entre' ambos, aquilo que fica subescrito entre o par e, para complicar ainda mais, entra um terceiro a interpretar, o expectador. Fica para o 'analista' pegar o fio lógico de todo discurso embasado por uma raça específica de cão treinada para devorar homens. O que representa o filme, neste sentido? Um assassino confesso sonhando? Qualquer pessoa mostrando sua (natural) agressividade? Há um fio lógico entre as cenas de sexo, agressividade e morte presentes nos 16 minutos do curta? Cada cena, desde o olho sendo cortado à mão com formigas que corroem o interior do homem, merece ser apreciada. Será um prazer comentar outros filmes de Buñuel aqui em breve." *
(1: Ruim; 2: Regular; 3: Bom; 4: Ótimo; 5: Excelente) *
Kleber Godoy
* Foram feitas modificações neste post pois a primeira vez que assistimos ao filme, este apresentava qualidade visivelmente inferior e duração de 16 minutos, sendo que na nova versão pode-se perceber melhor os detalhes e as atuações, compreendendo o enredo de maneira mais justa com seus 5 minutos a mais. Kleber mudou sua nota de 3 para 5 e acrescentou o seguinte fragmento: '...(mesmo), com destaque para simplesmente todos os personagens...'.
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Sim é bom ler este comentarios que bem explicam a arte.Meu abraço.
ResponderExcluirComo roteirista e escriba criação e arte,te digo,pronto estás para roteirizar scipts and roteiros!
ResponderExcluirte abraço
viva la vida
poxa, fiquei esperando meu blogzinho ali do lado haha!
ResponderExcluirMuito boa a matéria, ainda não cheguei nesse filme, mas me chamou a atenção.
Vocês escrevem muito bem =]
1001filmesantesde2012.blogspot.com
Kleber,
ResponderExcluirMinhas paixões cinematográficas sempre foram Kubrick, Chaplin e Bergman. Ano passado conheci a utopia que era Buñuel! Ele era o quarto, fiquei de quatro pelo cinema desde então.
Conheci Buñuel com Viridiana, seguido de O Anjo Exterminador e depois Um Cão Andaluz. É uma viagem à uma realidade paralela, onde realidade vivida e realidade sentida se misturam de forma clara. "Um Cão Andaluz" é uma visível provocação à Gabriel Garcia Lorca - em sua poesia e orientação sexual, antigo amigo de Salvador Dali e Bunuel e também na sociedade da época. O filme é excelente!